Ações de Cemig e Copasa caem após proposta de federalização para quitar dívida de MG com União

Economia
Cemig (CMIG4) desabou 9,71%, a R$ 11,35; Copasa (CSMG3) caiu 2,83%, a R$ 18,17. Ações da Cemig e Copasa caem após proposta de federalização para quitar dívida de MG com União
Cemig/Divulgação
As ações da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) fecharam o pregão em queda nesta quarta-feira (22), após preocupações de investidores sobre uma possível federalização das empresas.
Cemig (CMIG4) desabou 9,71%, a R$ 11,35. Já Copasa (CSMG3) caiu 2,83%, a R$ 18,17. Com uma alta discreta, de 0,33%, o Ibovespa (IBOV) atingiu os 126 mil pontos.
O plano de federalização está incluído em uma proposta alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) para o pagamento da dívida do estado com a União, que foi classificada pelo governador Romeu Zema (Novo) como uma possível “solução definitiva” para o problema.
Zema diz que proposta que inclui federalização de estatais pode ser solução para dívida com a União
Ela também cita a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). A empresa não negocia papéis na bolsa de valores brasileira, a B3.
Nesta quarta, Zema se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), em Brasília, para discutir o assunto. Um dia antes, o projeto foi apresentado por Pacheco ao presidente Lula (PT).
“Estou extremamente satisfeito com as duas reuniões que nós tivemos. Na minha opinião, depois de décadas, talvez os estados endividados, dentre eles Minas Gerais, teremos perspectiva de termos uma solução definitiva para essa questão da dívida bilionária”, disse Zema.
Além da federalização das companhias, a proposta prevê a cessão de créditos à União, ligados ao acordo em discussão sobre a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana, e a instituição de um novo Programa de Refinanciamento e Regularização Fiscal do Rio Grande do Norte (Refis) para os estados.
Alternativa ao RRF
Atualmente, a dívida de Minas Gerais com a União é de cerca de R$ 160 bilhões. O governador Romeu Zema enviou para a Assembleia Legislativa um projeto de lei que autoriza o estado a aderir ao RRF.
No entanto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB), defendem que o RRF não vai solucionar o problema da dívida, além de sacrificar servidores.
O plano prevê a concessão de duas recomposições inflacionárias em nove anos e, conforme projeção do governo estadual, a dívida com a União vai subir para R$ 210 bilhões ao fim desse período.
“Em vez de termos uma dívida de mais de R$ 200 bilhões no futuro, estamos dando encaminhamento para o pagamento da dívida, diferentemente do que é o Regime de Recuperação Fiscal”, disse Rodrigo Pacheco nesta quarta-feira, após a reunião com Zema.
O Ministério da Fazenda afirmou que não vai se manifestar sobre o assunto. Nesta terça-feira, o presidente Lula disse que o governo federal vai buscar uma “solução amigável”, que seja sustentável para MG e a União, e estudar as ideias apresentadas.
LEIA TAMBÉM:
Plano de recuperação fiscal de MG prevê duas recomposições salariais para servidores em 9 anos
Regime de Recuperação Fiscal: dívida de MG com União vai aumentar para R$ 210 bilhões ao fim de 9 anos
Pacheco critica proposta de adesão de MG ao Regime de Recuperação Fiscal: ‘Enorme sacrifício do estado’
Os vídeos mais vistos do g1 Minas:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *