Água invade o Centro Histórico de Rio Grande (RS)

Brasil
Pelo menos 1,5 mil pessoas saíram de casa. Hospitais cancelaram cirurgias não urgentes e lojas fecharam na tarde desta quarta-feira (8). Água invade o Centro Histórico de Rio Grande (RS)
Jornal Nacional/Reprodução
A chuva insistentemente anunciada nos últimos dias chegou ao sul do estado, chegou a Rio Grande.
As cidades de São José do Norte, São Lourenço, Pelotas e Rio Grande estão em estado de alerta máximo desde às 18h, quando, de acordo com o serviço de meteorologia local, houve uma mudança na direção dos ventos. E essa mudança favorece a entrada de água da Lagoa dos Patos nas cidades.
Uma rua em Rio Grande, onde o Jornal Nacional esteve, reflete a situação das outras ruas das cidades: cheias de água. Bombeiros trabalham no convencimento de famílias para tirá-las de casa. Tem gente que não quer sair de casa. O clima na cidade é de apreensão.
Os moradores de Rio Grande observam angustiados o avanço da Lagoa dos Patos.
“Eu fico apavorada de ver”, diz uma mulher.
“Eu não durmo direito de noite”, relata um homem.
Pelo menos 1,5 mil pessoas saíram de casa. Hospitais cancelaram cirurgias não urgentes e as lojas fecharam esta tarde.
“A gente colocou os freezers em cima de umas cadeiras, temos uns freezers lá atrás que colocamos em cima dos bancos. Não é a solução ideal, mas é o que temos no momento”, diz a empresária Adriana Amaro.
No Centro Histórico, a água já invadiu. As projeções dos especialistas indicam que a inundação vai ser pelo menos igual à maior enchente que Rio Grande já teve, em 1941. Na época, a lagoa subiu 1,25 m.
Características da bacia hidrográfica e relevo do RS explicam nível do Guaíba alto mesmo sem novas chuvas
A bacia hidrográfica do Guaíba é alimentada por rios da região central do estado. A água escoa pela Lagoa dos Patos até desembocar no Oceano Atlântico pelo canal do Porto de Rio Grande.
“Isso leva de sete a dez dias, que a água do complexo Jacuí-Guaíba chegue aqui ao estuário da Lagoa dos Patos. Provavelmente, nesta madrugada de amanhã, vai começar a elevar mais e eleve sistematicamente”, diz Glauber Gonçalves, do Comitê de Eventos Extremos da FURG.
Em Pelotas, cerca de 100 mil pessoas moram em zonas de risco para alagamentos e estão recebendo ajuda do Exército para sair de casa.
Com a cheia da lagoa dos Patos, o canal São Gonçalo, que banha a cidade, também subiu. E, para evitar que a água avance sobre as casas, diques de contenção estão sendo construídos.
“Está todo mundo ajudando, todo mundo carregando, fazendo toda essa contenção aá para ver se, se Deus quiser, a agua não venha”, relata a dona de casa Darlene Pinho.
Mais de 500 pessoas estão distribuídas entre quatro abrigos na cidade.
“Como a gente tem criança, a gente pegou e saiu, antes que o pior acontecesse e não tivesse como sair”, diz uma mulher.
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