‘Ainda há esperança’: brasileiros em Gaza aguardam liberação de 2ª lista de repatriados enviada pelo Itamaraty

Internacional
Ministério das Relações Exteriores trabalha com 86 nomes de brasileiros e palestinos que podem deixar região nos próximos dias. Operação depende da negociação com as autoridades locais e outros países envolvidos no confronto no Oriente Médio. Mohammed Adwan e sua família
Arquivo pessoal
Brasileiros que seguem na Faixa de Gaza aguardam com ansiedade a autorização para serem resgatados após cruzarem a fronteira com o Egito. O Itamaraty trabalha com 86 nomes de brasileiros e palestinos (com algum vínculo com o Brasil) que podem repatriados nos próximos dias. A operação depende da negociação com as autoridades locais e com os países envolvidos no confronto no Oriente Médio.
Os critérios para a saída da Faixa de Gaza vêm sendo conversados com Israel e Egito, entre outros governos, mas fontes ouvidas pela GloboNews preferem não dar uma previsão de saída do grupo.
Entre as famílias que aguardam a confirmação para deixarem a Faixa de Gaza está a do brasileiro Mohammed Adwan. O empresário de Florianópolis está na região desde fevereiro após a morte de sua mãe e de um irmão. Acompanhado de sua mulher e das duas filhas, de 6 e 9 anos, aguarda na cidade de Rafah a liberação da passagem para o Egito.
Em conversa com a GloboNews, Adwan contou que entrou em contato com a embaixada em Ramalla e que foi informado na terça-feira (21) de que a segunda lista de repatriados já havia sido enviada para Israel e Egito. Ele aguarda que nos próximos dias possa cruzar a fronteira. “Ainda há esperança”, disse.
Mohammed chegou a Gaza em fevereiro deste ano, por motivos familiares. A mãe morreu e, 4 meses depois, o irmão mais velho morreu. Acabou não voltando mais para o Brasil. Eles viviam em Florianópolis (SC).
“Quero voltar ao Brasil”, diz. “Eu estava programado para retornar ao Brasil em junho passado, mas não pude.”
O empresário está na casa da irmã e contou que a família está bem, com acesso aos serviços básicos, mas que “em geral as condições são muito ruins e a maior parte dos alimentos não está disponível”. Ele revelou ainda que o fornecimento de água está militado por duas horas a cada duas semanas.
Os ataques também preocupam, principalmente em relação às crianças. “Os bombardeamentos continuam, mas em horários esporádicos, não ao longo do dia como no período anterior. Estamos tentando tranquilizar as crianças e acalmá-las por todos os meios”, completou.
Segunda lista
O Itamaraty trabalha com 86 nomes de brasileiros e palestinos (com algum vínculo com o Brasil) que podem ser resgatados da Faixa de Gaza nos próximos dias. Como adiantou o blog da Camila Bomfim, o Ministério das Relações Exteriores havia fechado a primeira versão de uma segunda lista de repatriados com 55 pessoas, mas posteriormente outros 30 nomes foram incluídos na relação de repatriados.
A nova lista já foi enviada para diplomatas no Cairo (Egito), em Tel Aviv (Israel) e em Ramala (Cisjordânia, território palestino), mas fontes ouvidas pela GloboNews preferem não dar uma previsão de saída do grupo.
São os diplomatas no Egito, Israel e Ramala que negociam em nome do Brasil, por meio das embaixadas, para conseguir a liberação pela passagem de Rafah, na fronteira com o Egito. Há um mês e meio a Faixa de Gaza é o centro do conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas.
Negociações
A segunda lista não foi divulgada e o documento não é definitivo: o número de pessoas a serem resgatadas ainda pode aumentar nos próximos dias. Além da definição de quantos e quais brasileiros e palestinos seriam resgatados para o Brasil, a operação depende da negociação com as autoridades locais e com os países envolvidos no confronto. Os critérios para a saída da Faixa de Gaza vêm sendo conversados com Israel e Egito, entre outros governos.
Primeira operação
Presidente Lula recebe repatriados da Faixa de Gaza, em Brasília
Ricardo Stuckert
A primeira operação de repatriação de brasileiros e palestinos que estavam na Faixa de Gaza aconteceu há pouco mais de uma semana. O voo com 32 pessoas resgatadas pousou em Brasília na noite da última segunda (13), mais de um mês após o início do conflito.
Além de 22 cidadãos brasileiros (natos ou naturalizados), havia 10 palestinos – três parentes de primeiro grau de brasileiros, e sete portadores do Registro Nacional de Migração (RNM) que devem receber status de refugiados. Eles estavam no Sul da Faixa de Gaza, nas cidades de Khan Younis e Rafah.
Segundo a Aeronáutica, essa foi a maior operação de resgate de brasileiros em áreas de conflito no exterior.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *