Análise: Cruzeiro se perde em lances capitais de “decisão” e indica sofrimento até o fim da Série A

Futebol
Time leva dois gols do Vasco por apagões defensivos e, no ataque, Wesley perde chance aos 48 minutos do segundo tempo O semblante dos jogadores do Cruzeiro, na saída do campo, deixava claro que o 2 a 2 com o Vasco foi um péssimo resultado. O time teve a vitória na mão, após sair atrás e buscar a virada no placar, mas acabou esbarrando, mais uma vez, na falta de concentração dentro de campo.
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Assim como diante do Fortaleza, o Cruzeiro não fez bom jogo no Mineirão. Na verdade, o nível técnico da partida mostrou alguns dos motivos que levaram os dois times a chegarem à reta final do Brasileiro brigando contra o rebaixamento.
Mas o Cruzeiro, que havia sido fatal diante do Fortaleza, abusou dos erros na noite dessa quarta-feira. E, principalmente quando o time não tem uma boa atuação, a concentração tem que ser irretocável. E, diante do Vasco, não foi.
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Com o Mineirão vazio em função de determinação do STJD, foi possível ver a cobrança de cada um dos jogadores do Cruzeiro, desde o primeiro minuto, em relação à parte mental. Era importante que não se desligassem do jogo. Mas Castán, que faz um Brasileiro marcado pela regularidade, desligou-se. Falhou ao deixar Pumita dominar, quando a bola estava mais perto de si, além de não tirar o espaço para o uruguaio finalizar.
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Depois disso, o Cruzeiro teve alguns minutos preocupantes, com erros de passe e lentidão para sair jogando. Rafael Cabral, por exemplo, saiu com a bola pela linha de fundo após receber recuo na pequena área. O time celeste parecia perdido, e o Vasco estava na dele: à frente no placar, esperava atrás do meio-campo para explorar os espaços do Cruzeiro após erros.
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Mas o time de Paulo Autuori deu uma resposta importante na reta final do primeiro tempo. Arthur Gomes explorou bem o espaço deixado no meio-campo do Vasco e empatou com um golaço. Minutos depois, um lampejo de qualidade de Matheus Pereira levou o Cruzeiro a um pênalti convertido por Bruno Rodrigues.
Em um jogo tecnicamente ruim, o Cruzeiro tirou da cartola uma virada improvável, ainda no primeiro tempo. Tinha o jogo a seu favor e certamente ganharia espaços para explorar, principalmente na velocidade de Bruno Rodrigues e Arthur Gomes.
Jogadores do Cruzeiro se lamentam durante jogo contra o Vasco
Gilson Lobo/AGIF
O problema é que o Cruzeiro tinha dificuldades para roubar bolas e acionar os homens de frente. O Vasco melhorou após as mexidas e passou a ter variedade de jogadas, explorando os lados (quase sempre com dobras) e também o setor central. Paulo Autuori demorou a fazer a leitura, e o adversário, apesar de não ter volume de chances claras, rondava demais a área celeste, assustando em alguns cruzamentos em busca do perigoso Vegetti.
E foi em um lance assim que saiu o gol de empate. O enredo do gol, inclusive, certamente deixou o gosto do resultado mais amargo dentro do clube. Antes da cobrança, o lance foi “cantado” por todos do banco. Como em um coro, comissão técnica e suplentes alertavam para a presença de jogadores do Vasco livres na segunda trave. Todo mundo viu, menos aqueles que estavam defendendo a meta do Cruzeiro. Erro fatal.
E a reta final de jogo ainda indicava o Vasco mais próximo da virada do que o Cruzeiro de retornar à dianteira do placar. Mesmo sem torcida, o time, mais uma vez, se perdeu depois de levar um gol. Ainda assim, o jogo ofereceu a vitória, mas Wesley, dentro da pequena área, não soube recebe-la. Sem goleiro, dominou de canela e viu a bola sair pela linha de fundo.
A virada do Cruzeiro em um jogo desse tamanho deu indícios de força, mas a vitória primordial não chegou porque o time também dá indícios de fraqueza emocional. É uma equipe que se desliga facilmente dentro dos 90 minutos. Às vezes o adversário não tem qualidade para aproveitar. Mas, quando consegue, acontece o que ocorreu no Mineirão e também diante do Coritiba – somente para citar dois jogos em que os pontos da vitória estavam na conta dentro da luta contra o rebaixamento.
O empate é muito melhor para o Vasco, que leva vantagem sobre o Cruzeiro no critério de desempate. Agora, mais uma vez, o time vai para uma partida em que “tem que ganhar de qualquer jeito”. Tantas outras foram assim. Precisa, diante do Goiás, dar a mesma resposta que deu contra Santos, Atlético, Bahia e Fortaleza. Mesmo assim, pelos pontos deixados na noite passada, a luta árdua contra a degola tende a se estender até o último dia.
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