Evangélicos: quem é o diretor da série, ateu e vencedor do Emmy Internacional?

Famosos
Alberto Renault conta que buscou a neutralidade, sem rótulos, na produção do gnt: ‘Tem gente ali igual a você, independente da fé’ Alberto Renault em gravações de ‘Evangélicos’
Arquivo pessoal
O diretor e cineasta Alberto Renault é um verdadeiro contador de história. Com atuação na Globo desde 1994, ele agora assume a liderança de um projeto completamente diferente de tudo o que já fez em Evangélicos, nova série do gnt, com exibições aos domingos, às 23h.
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Ao longo de sua trajetória na emissora, Renault já viajou até o Japão para falar sobre zen budismo com Fernanda Lima e Monja Coen, literatura com autores e atrizes globais, turismo e gastronomia. Em Evangélicos, enfim, o desafio foi completo.
“É um universo totalmente diferente do meu, pois sou ateu, mas sempre tive muita curiosidade sobre esses temas todos. O que move um documentarista é a curiosidade, então entrei nessa série de coração aberto”, explica ele, em entrevista ao gshow.
O processo do seriado, exibido em seis episódios, foi comandado pela sede de contar vidas – e o lado pessoal do documentarista não interferiu no processo.
“Era dar um tratamento para aquelas histórias, independentemente da religião de cada uma delas. É quase um relato de vida e que, por acaso, a pessoa é evangélica”, completa. “Foram seis pessoas, mas podiam ser católicos, judeus… a intenção foi mostrar que, por trás de qualquer rótulo, tem gente ali igual a você, independente da fé.”
Sensorial
Alberto Renault em bastidores de ‘Evangélicos’
Divulgação
Para conceber Evangélicos, Renault trabalhou em conjunto com Juliano Spyer, antropólogo especialista no fenômeno evangélico. Seu parceiro de produção, a frente da agência Somos Nosotros, auxiliou na captação dos seis entrevistados pela série ao longo de seis meses, até conseguir alcançar perfis de diferentes regiões, classes econômicas e realidades.
A experiência é completada pela narração da atriz Heloísa Périssé. Ao longo dos episódios, ela faz a leitura de passagens bíblicas que tenham conexão conforme as situações vão surgindo. Heloísa e Renault são amigos de longa data e foi em outro documentário dele, Lar: Vida Interior, que a atriz apresentou seu Céuzinho, um altar pessoal em sua casa para orações.
Alberto ao lado de Guii, um dos entrevistados de ‘Evangélicos’
Arquivo pessoal
Tanto em Lar: Vida Interior como em Evangélicos, Renault usa a mesma proposta: a busca pelo sensorial para tratar o assunto. Foi isso que lhe rendeu, inclusive, uma indicação ao Emmy Internacional como melhor programa de arte por Palavras em Série, em 2018.
“O ritmo, a música, cor, o tempo… tudo isso dá visão e uma sonoridade importante para o tema. Eu sempre busco por eles. Mais do que histórias, eu gosto de passar climas”, destaca ele.
Afinal, segundo o diretor, a preocupação é a mesma de sempre:
“Eu fico feliz por honrar o que mais acredito: entretenimento pode trazer informação, pode trazer cultura e é possível aprender se divertindo, se entretendo. Isso mesmo falando de evangélicos como arquitetura, arte brasileira.”
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