Israel x Hamas: clube chileno faz homenagem às vítimas palestinas do conflito; entenda

Esporte
Chile tem maior número de palestinos fora do mundo árabe Em um estádio no sul de Santiago, no Chile, a milhares de quilômetros do Oriente Médio, o clube de futebol Palestino prestou uma homenagem nesta quinta-feira aos palestinos vítimas da guerra entre Israel e o Hamas. “Em memória daqueles que não estão mais aqui.” Um cartaz com esta mensagem foi afixado nas arquibancadas e assentos vazios e ao lado foi colocada uma bandeira dos territórios palestinos.
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O Clube Desportivo Palestino é a equipe de futebol mais representativa desta colônia no mundo e uma expressão da prosperidade econômica e da ascensão política que a comunidade alcançou no Chile, onde vive o maior número de palestinos fora do mundo árabe.
“Decidimos que teríamos um espaço na nossa arquibancada e deixá-lo vazio em memória daqueles que não estão mais aqui, como um gesto de apoio ao povo palestino e ao que está acontecendo em Gaza”, afirmou o presidente do clube, Jorge Uauy.
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Os jogadores entraram em campo com a camisa listrada em verde, branco e vermelho e o mapa da Palestina antes da criação de Israel estampado na manga esquerda e observaram um minuto de silêncio. Crianças vestindo a ‘kufija’ (lenço tipicamente usado por adeptos do Islamismo, vestido ao redor da cabeça), os acompanharam na homenagem antes do duelo válido pela vigésima oitava rodada do torneio local contra o Everton.
No duelo anterior contra o Ñublense, os jogadores se ajoelharam em campo e vestiram eles próprios a ‘kufija’.
“São formas diferentes de expressar dor e proximidade com a Palestina. Hoje foram as crianças como forma de mostrar que são as mais afetadas”, disse Uauy.
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Em meio à dureza da guerra iniciada em 7 de outubro devido ao ataque sem precedentes do movimento palestino Hamas em solo israelense a partir de Gaza, o clube busca garantir que esses gestos cheguem ao Oriente Médio.
“Esperamos que eles vejam que há pessoas em outras partes do mundo que cuidam deles e que sofrem por eles”, acrescentou Uauy.
Segundo as autoridades israelenses, pelo menos 1.200 pessoas foram mortas, a maioria civis, e cerca de 240 foram feitas reféns para Gaza na sequência do ataque do Hamas. Em resposta, Israel iniciou um bombardeio incessante sobre a Faixa de Gaza, que deixou, segundo o governo do Hamas, mais de 14 mil vítimas, incluindo mais de 5.800 menores.
“Gaza resiste, a Palestina existe”
A colorida torcida do Palestino fez seu próprio jogo nas arquibancadas.
“Gaza resiste, a Palestina existe”, gritavam os torcedores, ao som de tambores e trombetas.
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Mas aos 11 minutos de jogo eles pararam os gritos. Uma trombeta solitária cantou uma melodia fúnebre. Foi a sua própria homenagem às vítimas palestinas.
“Damos a eles um pouco de alegria quando o time vence, quando estamos lutando por algo importante ou apenas quando saímos para jogar mostrando a camisa e o mapa palestino”, disse o torcedor Jorge Yarur, autônomo de 57 anos.
O estudante de jornalismo Benjamín Contardo, de 20 anos, é um dos organizadores. Ele diz que o que procuram é sempre mostrar que “estamos muito apegados à causa palestina”.
“Para nós, o Palestino é mais que uma equipe, como diz o lema, é um povo inteiro e queremos representar a voz de todos eles”, afirmou.
Os primeiros palestinos chegaram ao Chile no início do século XX vindos de Belém, Beit Jala e Beit Sahur. Quando a comunidade começou a surgir, em 1920 formaram o Palestino Sports Club, que três décadas depois estreou profissionalmente na liga local. A chamada equipe “Tino-Tino” foi durante muito tempo o único representante dos palestinos nos campos.

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