Justiça mantém prisão de suspeitos de matar fã da Taylor Swift na praia de Copacabana

Brasil
Gabriel Mongenot foi vítima de latrocínio na madrugada de domingo. Imagens mostram o desespero dos amigos no momento do crime. vídeo mostra a reação de amigos, pedidos de socorro e suspeito de matar fã de Taylor preso no carro da PM em Copacabana
A Justiça do Rio de Janeiro decidiu manter a prisão dos suspeitos de matar Gabriel Mongenot, de 23 anos, esfaqueado na praia de Copacabana, Zona Sul do Rio. A decisão foi tomada durante audiência de custódia nesta terça-feira (21).
A defesa de Anderson Henrique Brandão e Jonathan Batista Barbosa chegou a pedir a liberdade provisória dos presos, que foi negada. O juiz Rafael de Almeida Rezende destacou que há indícios, e uma confissão, de que eles cometeram o crime.
O magistrado reforçou que a prisão é necessária “para a garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e aplicação da lei penal”. O histórico criminal dos presos foi usado para endossar a decisão.
Anderson disse à Justiça que foi agredido por um policial militar no interior da delegacia para que ele falasse sobre o crime. Ele foi encaminhado ao exame de corpo de delito e um ofício será enviado para a Corregedoria da PM.
Desespero dos amigos
Imagens gravadas por câmeras de segurança, obtidas pelo RJ2, mostram os momentos após o estudante Gabriel Mongenot Santana Milhomem Santos levar uma facada fatal no tórax, na Praia de Copacabana.
Era madrugada de domingo (19) e um grupo de fãs de Taylor Swift que passeava pelo Rio foi para a areia antes de voltar para casa após um dia de passeio. Enquanto relaxavam na praia, foram abordados por ladrões, que acabaram por esfaquear Gabriel.
As imagens mostram a correria de amigos para tentar socorro, depois eles se abraçando, como um consolo. Revelam também a chegada de autoridades e até quando um carro da PM abre o porta-mala e dá para ver um suspeito de cometer o latrocínio preso.
Veja abaixo a cronologia do pós-crime:
Um dos amigos de Gabriel vai correndo pedir ajuda num quiosque do calçadão da praia; ele levanta as mãos várias vezes e parece estar gritando.
Amigos voltam correndo em direção ao mar – onde Gabriel estava (abaixo).
Amigos correm em direção ao mar, onde estava o corpo de Gabriel
Reprodução/TV Globo
Outros dois amigos se aproximam de um homem sentado num banco. Eles conversam e o homem se levanta. Parece falar ao telefone.
Momentos depois, todos acenam para alguém na outra pista da Avenida Atlântica (abaixo).
Amigos da Gabriel correm na areia e levantam os braços, como se pedindo ajuda
Reprodução/TV Globo
Em outra imagem, dá para ver policiais em um quadriculo da Polícia Militar. As vítimas indicam para a polícia a direção que os bandidos fugiram.
Em seguida, aparece um carro da Guarda Municipal, e os amigos vão falar com os agentes.
Uma viatura da PM surge e chega outra. Os policiais abrem o porta-malas de um dos carros e mostram aos amigos da vítima dois homens detidos (abaixo).
PMs abrem porta-malas e mostram homem preso na viatura
Reprodução/TV Globo
No meio-fio da ciclovia do calçadão de Copacabana, Amigos de Gabriel se consolam após o crime
Reprodução/TV Globo
A câmera da Prefeitura do Rio aproxima e é possível ver os amigos se consolando sentados no meio-fio da ciclovia no calçadão de Copacabana (acima).
As imagens também mostram que o quadriciclo da PM retorna. Uma mulher conversa com os policiais e com os dois detidos.
Minutos depois, chega uma ambulância. Os bombeiros descem e vão conversar com os policiais. Eles apenas atestaram a morte de Gabriel.
‘Acordou assustado’, conta prima
Gabriel estava dormindo na areia momentos antes de ter sido esfaqueado e morto por assaltantes. Os criminosos levaram dois celulares e as chaves do carro usado pelo grupo.
“O Gabriel estava cochilando na hora e se levantou com a gritaria. Provavelmente, para o assaltante, ele reagiu ao assalto, mas na verdade ele acordou assustado com a gritaria, com a movimentação. Aí, ele foi ferido”, disse Juliana Milhomem, prima de Gabriel.
Dos dois detidos na madrugada, apenas um ficou preso. Anderson Henriques Brandão foi reconhecido por testemunhas. Ele já havia sido abordado 56 vezes por agentes do programa Segurança Presente de Copacabana.
Jonathan Batista Barbosa foi encontrado pela Polícia Civil, no domingo à tarde, na Praia de Botafogo. Jonathan chegou a ser abordado, anteriormente,10 vezes por agentes.
Jonathan (à esquerda) e Anderson: presos pela morte de Gabriel
Reprodução
Um dia antes de atacar Gabriel, Jonathan tinha sido preso por furtar 80 barras de chocolates de uma loja de departamentos. Ele passou por uma audiência de custódia no sábado à tarde e foi solto.
A juíza Priscila Macuco Ferreira determinou a liberdade provisória e a imposição de medidas cautelares, como a necessidade de comparecimento mensal em juízo e a proibição de frequentar a loja furtada.
O Tribunal de Justiça declarou que os delitos foram cometidos sem o emprego de violência ou grave ameaça e que se tratava de furto de alimentos, que foram recuperados e devolvidos à loja.
A audiência de custódia sobre a morte de Gabriel foi marcada para terça-feira (21).
“Além da tristeza, a gente sente uma revolta, sabe? Porque era uma pessoa que estava presa e foi solta solta, e em menos de 12 horas e matou uma pessoa. É uma sensação de injustiça. De que a gente não está seguro [chora]. Eu vim para passear, me divertir e eu estou voltando pra casa levando meu primo morto”, disse Juliana.
Gabriel estudava Engenharia Aeroespacial em Minas Gerais e estava no Rio para assistir ao show de Taylor Swift. O corpo dele será enterrado nesta terça, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

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