Promotoria de Barcelona pede nove anos de prisão para Daniel Alves

Internacional
Brasileiro irá agora a julgamento, ainda sem data marcada. Ele é acusado de ter estuprado mulher em boate em Barcelona e está preso preventivamente desde 20 de janeiro. Daniel Alves em imagem de dezembro de 2022, durante a Copa do Mundo do Catar
Andre Penner/AP
A defesa de Alves não havia se declarado sobre o pedido do Ministério Público até a última atualização desta e.
O Ministério Público de Barcelona, na Espanha, pediu nesta quinta-feira (23) nove anos de prisão para o ex-jogador da seleção brasileira Daniel Alves.
Alves é acusado de ter estuprando uma mulher em uma boate em Barcelona. Ele nega, mas está preso preventivamente desde janeiro deste ano, e irá a julgamento, ainda sem data marcada.
Em pedido entregue nesta quinta ao tribunal que julgará o caso, a Promotoria espanhola pediu também uma indenização à suposta vítima de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil).
A defesa de Alves não havia se declarado sobre o pedido do Ministério Público até a última atualização desta reportagem.
O brasileiro será julgado por agressão sexual – a Legislação espanhola não tem uma tipificação específica para o estupro. Apesar de negar a acusação, Alves já deu quatro versões diferentes sobre o episódio em depoimentos à polícia e à Justiça locais.
Primeiro, em entrevista a um canal espanhol, disse que jamais havia tocado na mulher que fez a acusação, uma espanhola de 23 anos. Depois, à polícia, disse que apenas viu a jovem no banheiro da boate.
Em uma terceira versão, disse que os dois se beijaram de forma consensual e que não houve penetração – apesar de um exame de corpo de delito ter identificado sêmen de Alves nas partes íntimas da mulher. Já na quarta e última versão, ele admitiu a penetração, mas insistiu na versão de que a relação sexual foi consensual, o que a suposta vítima nega.
Réu
Daniel Alves vira réu na Espanha por caso de estupro
Alves foi formalmente acusado em julho e virou réu no caso.
Seu advogado, Cristóbal Martell, disse que Alves não recorrerá – por lei, a defesa tem direito a recorrer da conclusão das investigações que a Justiça espanhola realiza antes de levar casos a julgamento.
Na saída da sessão em um tribunal de Barcelona nesta quarta para comunicar a acusação formal a Alves, Martell alegou que a defesa decidiu não recorrer para economizar tempo. A estratégia agora, segundo ele, é chegar o mais rápido possível a julgamento – que inicialmente ocorrerá em setembro deste ano.
Isso porque todas as estratégias anteriores dos advogados para retirar o jogador da prisão falharam – eles apresentaram uma série de recursos tentando garantir que o brasileiro não fugiria para o Brasil, mas a juíza do caso não se convenceu e manteve a prisão.
“Ele está contrariado e não concorda com as conclusões, mas manifestou à juíza que não recorrerá por seu desejo de agilizar o processo”, declarou o advogado a jornalistas.
Nas conclusões da investigação prévia ao julgamento, a juíza responsável pelo caso disse entender que as diversas contradições de Alves dão “indícios racionais suficientes” de suspeitas.
Desde janeiro, quando foi ouvido pela polícia pela segunda vez e se contradisse, Daniel Alves está em prisão preventiva, sob a alegação de risco de fuga. Ele não tem direito a fiança e seguirá no mesmo presídio, nos arredores de Barcelona, enquanto aguarda o julgamento.
O brasileiro mudou sua versão pelo menos três vezes. Na primeira vez em que falou sobre o caso, em um programa de TV da Espanha, ele afirmou que não conhecida a denunciante.
Em abril, já preso, ele declarou à juíza responsável pelo caso que manteve relações sexuais consensuais com a jovem sem penetração. Ele argumentou ter mentido em um primeiro momento para ocultar a relação extraconjugal da esposa, a modelo espanhola Joanna Sanz, que posteriormente pediu a separação.
Em uma última versão, Alves reconheceu que houve penetração, mas repetiu que a relação foi consensual, o que a suposta vítima nega.
Na Espanha, denúncias de estupro são investigadas sob a acusação geral de agressão sexual, e as condenações podem levar a penas de prisão de 4 a 15 anos.
A juíza do caso também determinou que Alves precisará pagar 150 mil euros (cerca de R$ 784 mil) à suposta vítima para cobrir eventuais danos e prejuízos.
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