TJ manda prender empresário acusado de matar motorista de app e enterrá-lo em praça de Campinas

Brasil
Acusado foi denunciado por homicídio e ocultação de cadáver e agora deve responder preso pelos crimes. Advogado disse que vai recorrer. Praça onde homem foi encontrado enterrado em Campinas
Reprodução/EPTV
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) acolheu um recurso do Ministério Público estadual (MP-SP) e determinou a prisão preventiva do empresário José Peres, de 54 anos. Ele é acusado de matar o motorista de aplicativo Jean Carlos Santos Novais, de 26 anos, em abril deste ano em Campinas (SP).
Segundo a Polícia, a vítima foi morta por asfixia e enterrada em uma praça em frente a loja “O Rei do Queijo”, à época de propriedade do acusado no bairro Vila Nova. José Peres foi denunciado e respondia ao processo em liberdade, uma vez que Justiça de Campinas havia negado o pedido de prisão dele, decisão revertida agora pelo TJ-SP.
Entenda abaixo dinâmica do caso:
28/04: Polícia encontra corpo de Jean e José Peres confessa crime;
01/06: Polícia conclui a investigação e pede a prisão de José Peres;
04/06: Ministério Público denuncia José Peres e reforça pedido de prisão;
17/07: Promotora reforça novamente necessidade de prisão;
18/07: Juiz de Campinas nega pedido de prisão;
17/08: Ministério Público recorre ao Tribunal de Justiça pedindo a prisão de José Peres;
22/11: Tribunal acolhe recurso do Ministério Público e determina a prisão de José Peres;
23/11: TJ expede ofício comunicando a Justiça de Campinas da decisão.
Na decisão de desta quarta-feira (22), a maioria dos desembargadores do TJ entendeu que a prisão de José Peres é necessária para preservar a ordem pública, o andamento do processo e assegurar a aplicação da lei penal.
“O réu, caso permaneça em liberdade, por certo poderá comprometer a produção da prova em juízo, exatamente como fez na fase investigatória, oportunidade em que buscou retardar a investigação policial, para a qual não colaborou, objetivando sua impunidade”, diz
Ao g1, o advogado Ademir Castanheira Júnior, que faz a defesa de José Peres, informou que vai recorrer da decisão ao Tribunal de Justiça e aguarda a definição do juiz de Campinas sobre a expedição do mandado de prisão.
Motivação do crime
Segundo a denúncia do Ministério Público à Justiça, Jean foi até a loja de José Peres cobrar uma dívida de R$ 50 mil. Contudo, José levou a vítima até o piso superior e a matou por asfixia. Consta ainda que o irmão de José, Marcelo Augusto Peres, ajudou na ocultação do corpo.
“No mesmo dia, Paulo solicitou ajuda de Marcelo, seu irmão, para que lhe auxiliasse a enterrar o corpo da vítima na praça em frente ao seu estabelecimento. Naquela noite, Paulo transportou o corpo de Jean por uma distância aproximada de 30 metros até o local enquanto Marcelo vigiava a rua para que ninguém visse”, diz a denúncia.
Jean Carlos Santos Novais, de 26 anos, foi morto por asfixia e enterrado por empresário em Campinas (SP)
Reprodução/EPTV
O crime
Jean Carlos estava desaparecido desde o dia 18 de abril e a família espalhou avisos em redes sociais. O corpo foi encontrado enterrado em uma praça no bairro Vila Nova na noite de quinta-feira (27), após investigação da polícia.
O laudo pericial apontou que o motorista foi morto por asfixia. A Informação foi obtida pelo g1 com o titular da Delegacia de Homicídios da metrópole, Rui Pegolo. Um comerciante de 54 anos, José Peres, proprietário de um comércio em frente ao local, onde o corpo foi encontrado confessou o assassinato.
Corpo de motorista de aplicativo encontrado em praça é enterrado em Campinas
De acordo com Pegolo, a autoria está resolvida, já que o comerciante, proprietário do “Rei do Queijo”, um empório de venda de queijos e embutidos, confessou o crime. No entanto, as apurações seguem em curso para entender qual foi a motivação.
O homem afirmou que matou o motorista na manhã do dia 18. Primeiro, o corpo ficou escondido dentro do apartamento que fica na parte de cima do comércio. Durante a noite, o suspeito enterrou a vítima na praça, após cavar uma cova com a ajuda de um funcionário, que pensou estar abrindo uma vala para um cachorro.
Jean Carlos era motorista de aplicativo e foi enterrado em praça de Campinas
Reprodução/EPTV
Segundo a Polícia Civil, o comerciante usou produtos químicos na hora de enterrar o corpo para disfarçar o cheiro forte. Imagens de circuito de segurança de imóveis no bairro mostram o carro da vítima sendo abandonado. O comerciante já havia sido ouvido em duas oportunidades, mas ele negou a participação no crime e só confessou na terceira vez, depois de ter as justificativas confrontadas.
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