Não era amor, era ranço? Brasileiros se dividem por Messi em noite sem som e sem graça no Maracanã

Futebol
Grupos com camisa da Argentina, sósia de craque rival, filhos vestidos de Inter Miami… Houve de tudo no estádio para assistir a mais uma festa hermana no meio do clássico clubismo carioca Theo, Luís Otávio, Guilherme, Raphael e Caio não fizeram cerimônia. Vestiram camisa da Argentina – ou do Barcelona – para homenagear Lionel Messi. A justificativa é simples, mas polêmica: são brasileiros, sim, mas como fãs do Messi resolveram largar a canarinho para se misturar aos argentinos.
– Essa seleção brasileira não nos representa. Além disso, amamos o Messi – disse um deles, pouco antes de entrar no estádio.
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Eles foram alguns dos quase 70 mil torcedores que se dividiram entre torcer por Messi ou pelo Brasil, em noite de mais uma derrota nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 – o gol de Otamendi, nessa noite de terça, deixou a Seleção em um modesto sexto lugar entre 10 seleções da tabela.
Amigos brasileiros resolveram torcer por Messi e pela Argentina
Raphael Zarko
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O pequeno Fabiano, junto ao pai Fabio, veio com cartaz para ganhar a camisa do gênio argentino. Mas ia torcer para o Brasil. Ou melhor, torcia por um inusitado 4 a 4, com gols apenas de Messi e de Bruno Guimarães. Ao menos era um empate, resultado que muitos comemorariam diante do que se viu.
No Maracanã que depois viu briga e muita confusão antes da bola rolar, assustando famílias e muita gente que nada tinha a ver com os episódios de violência, Messi foi responsável por dividir ao menos um pouquinho a torcida dos brasileiros. No fim, impacientes, eles gritaram “olé” para os rivais, em protestos contra Fernando Diniz e toda a equipe.
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Raphael Zarko
Aplausos na escalação
Nos arredores do estádio, estavam reluzentes as camisas rosas do Inter Miami entre argentinos e brasileiros. O futebol opaco do time de Fernando Diniz, as poucas chances de gol e mais uma atuação decepcionante entornaram o caldo para um Maracanã que parecia ficar a mercê de Messi. Ele nem precisou fazer muita coisa – ou quase nada para ser mais justo.
O craque foi aplaudido na escalação inicial, com muito respeito, pelos brasileiros. Depois sofreu com vaias e xingamentos ao retirar momentaneamente a seleção da Argentina de campo. Por alguns momentos o que era admiração se virou contra ele.
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Raphael Zarko
Pelo Brasil, o único jogador realmente vaiado na escalação foi Emerson Royal, titular da lateral direita em mais uma partida com Diniz. Depois do gol argentino, sobrou para Fernando Diniz, que foi xingado por boa parte dos torcedores não tricolores no estádio. Como é tradicional em jogos no Maracanã, houve disputa de canto entre os rivais do Rio.
No fim, decepcionados com a Seleção e bem longe de assistirem a grande jogo de Messi, os torcedores brasileiros preferiram a ironia do “olé” para o toque de bola da Scaloneta e também resolveram cantar em uníssono “time sem vergonha”.
Pais vestido de Brasil e filho de Argentina e Messi
Raphael Zarko