Programa ‘Vim de lá’ resgata a herança africana do carioca

Brasil
Programa que vai ao ar no próximo sábado (25) mostra grande influência na cultura da cidade africanos escravizados trouxeram em temas como língua, música, culinária, entre outros. ‘Vim de lá’ fala sobre a herança africana e sua influência no Rio
Reprodução/TV Globo
Dengo, neném, caçula, batuque. Jiló, quiabo, angu. Palavras do dia a dia e alimentos à mesa que têm em comum a origem africana. Mas essa herança vai muito além dessas contribuições. As religiões de matriz africana ajudaram a moldar a espiritualidade brasileira. O samba e o funk, ritmos que são a cara do Rio, nasceram a partir dos tambores africanos. E o próprio jeito de ser do carioca tem raízes do outro lado do Oceano Atlântico.
No dia 25, no mês da Consciência Negra, a Globo exibe para o Rio de Janeiro o programa “Vim de lá”, que conta a formação do Rio a partir de africanos escravizados e trazidos à força. Especialmente os “bantos”, povos de várias regiões da África que falavam idiomas com a mesma origem. A equipe da Editoria Rio embarcou para Angola em busca das semelhanças que o carioca tem com o povo de lá. São hábitos culinários, costumes, ritmos musicais e até as palavras que usamos no nosso dia a dia.
Com apresentação de Alexandre Henderson e direção de Chico Regueira, o programa, que vai ao ar após o Jornal Hoje, refez os caminhos por onde os escravizados passaram. A praça onde eram expostos em Angola, o porto onde embarcavam na capital Luanda. No Rio, o Cais do Valongo, principal ponto de chegada de escravizados no Brasil.
O programa mostra o legado que essa rota deixou na Pequena África, como ficou conhecida a parte central da cidade, e também no subúrbio, com destaque para o Mercadão de Madureira.
“Vim de lá” busca ainda pontos de conexão na linha direta Rio-Angola. Semelhanças entre as favelas, as feiras de rua e os ritmos. O baile funk tem um correspondente na África: o kuduro. A música, aliás, é o que dita o andamento do programa. Tem samba de partido alto versado especialmente para a ocasião, bateria da Portela e samba de terreiro. A pluralidade cultural carioca é resultado de um encontro de povos africanos que não aconteceu nem mesmo na própria África. Uma oportunidade para lembrar de quem realmente somos e como chegamos até aqui, diversos e potentes.
‘Vim de lá’ vai mostrar influência africana na cultura e costumes do Rio
Lucas von Seehausen/TV Globo
‘Vim de lá’ vai mostrar influência africana na cultura e costumes do Rio
Lucas von Seehausen/TV Globo

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